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(qualquer semelhança com outras realidades, é pura coincidência!)
Como já referi num post anterior, já é o 3º ano da M.Inês no Jardim de Infância, para ela não há novidades, a não ser os novos coleguinhas que entraram no grupo, mais pequeninos, e que ela adora (só há 1 sala com 19 crianças dos 3 aos 5 anos de idade). Não estranhou nada a escola, já está habituada e para ela é tudo normal.
Agora o Duarte...começou bem, logo no 1º dia foi todo contente, sem comentários a caminho da escola, fez logo amizades assim que lá chegamos e deixei-o ficar sem problema algum, depois veio o fim de semana e nem se lembrou da escola.
2º dia (Segunda-feira):
- "então mãe, não me vestes o bibe para ir para a escola? quando é que vamos? anda lá!" (diz o Duarte)
3º dia (Terça-Feira):
- "vá Duarte, vamos despachar para ir para a escola" (digo eu)
- "ei...outra vez? eu não acho graça!" (diz ele)
Ignorei-o, fingi que não o estava a ouvir, continuei a vesti-lo e a desviar a conversa. Já queria levar o seu cão de peluche (o que não larga por nada) e as cartas dos dinossauros que lhe tinha dado na noite anterior (é doido por dinossauros), foi dificil convencê-lo, mas lá deixou tudo no carro. Ficou bem na escola!
4º dia (Quarta-feira):
Andava de manhã atrás do pai a refilar...
- "agora é sempre escola, sempre escola...mas eu não quero ir mais à escola"
Depois calhou-me a mim ouvi-lo umas 10 vezes a dizer o mesmo, e eu sempre a desviar a conversa. Desta vez não o consegui convencer a deixar o cão para trás e levou-o para a escola. Mas ficou bem, apesar de me ter dado uns quantos beijos à porta da escola agarrado ao meu pescoço e a dizer-me que gostava muito de mim, mas sempre com um sorriso na cara.
5º dia (Quinta-feira):
- "não quero ir mais à escola, não quero ir mais à escola, não quero ir mais à escola..." (já com um tom diferente e mais a inclinar para o choroso)
Pensei logo "é hoje!" e assim foi...vestir-lhe o bibe e enfiá-lo no carro contrariado já foi tarefa mais dificil, depois para o tirar ainda pior...chegámos atrasados 5 minutos, a educadora teve que sair da sala e vir buscá-lo no recreio, só começou a chorar quando ela o agarrou e o puxou para dentro da sala, chorava e gritava pela mãe, e a mãe deixou-o...
Já previa este acontecimento, é normal que hajam crianças que nos primeiros dias até achem graça à novidade, mas depois quando se apercebem que têm que fazer o mesmo todos os dias e a seguir regras...tudo muda de figura...
O Duarte não foi o único que ficou a chorar, hoje estavam lá pelo menos mais 2 ou 3 crianças num pranto que faz doer o coração a qualquer mãe, mas é assim mesmo, temos que ser fortes e suportar a imagem de sofrimento dos nossos meninos. Tudo passa, talvez dure uns dias, umas semanas, mas há-de passar...