Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
(qualquer semelhança com outras realidades, é pura coincidência!)
O que vou dizer não é nenhuma novidade para mim: a palavra que os meus filhos mais usam é "mãe"!
Ontem, durante o dia todo, por falta de coisas melhores com que me ocupar, e também pelo calor insuportável que não me deixou fazer nada de mais útil, resolvi ficar atenta e anotar cada vez que chamavam ou mencionavam a "mãe".
Sinceramente, até fiquei admirada, pensei que fosse mais.
Foram "só" 87 vezes!
Hoje a minha mãe faz anos, e fiz-lhe um bolo com uma galinha (gosta muito de galinhas).
Parabéns mãe, adoro-te!
Sei que estou longe de ser uma mãe perfeita, mas também tenho consciência do certo e do errado, do que se deve fazer e do que se deve evitar no que diz respeito ao modo como lidar com uma criança (acho eu). O que se passa é que estou a ficar um pouco cansada e chateada por ouvir a mesma queixa da educadora de infância da M.Inês..."ai é tão teimosa" (que novidade!).
Primeiro não gosto que falem mal dos meus filhos, ainda para mais tantas vezes seguidas (que mãe gosta?), segundo acho incorrecto ser á frente da criança (não vá ela interiorizar o conceito de teimosia, e ainda mais teimosa fica), e terceiro, acho mal criticá-la diante de outras pessoas (coleguinhas, outros pais, auxiliares...seja quem fôr).
Acho que não é preciso pensar muito para concluir que atitudes como esta só vão fazer com que piore ainda mais a situação.
Estarei a exagerar? Será que sou só eu que vejo mal nisto??
O passeio matinal pelo campo, os beijos e o "Adoro-te mãe" do Duarte, o "Gosto muito de ti mãe" da Maria Inês e a sua linda prenda...
A minha mãe fez anos no dia 1 de Maio (sim, nesse belo dia), tirei a foto ao bolo que eu própria confeccionei, mas como me esqueci da máquina fotográfica em casa da mãe, só hoje tive acesso a ela, e aqui está a magnífica imagem para mais tarde recordar.
Foi-me pedido que escrevesse na caderneta da Maria Inês, o que é ser mãe.
Apesar de ser mãe a dobrar, ainda me fartei de pensar e acabei por escrever meia dúzia de palavras bonitas.
Mas depois pensei melhor e isto foi "só" o que me veio á cabeça:
SER MÃE (de crianças menores de 5 anos):
é dar á luz, dar de mamar, mudar fraldas, dar banhos, embalar, vestir, dar colo, passar noites sem dormir, ir várias vezes ao Hospital de madrugada, tirar febres, fazer aerossóis, dar xaropes e supositórios, ir umas 20 vezes á pediatra até chegar a adolescência, preparar leites, dar biberons, carregar com o "ovo", empurrar o carrinho, fazer sopas e papas, dar de comer e beber, ensinar a sentar, a fazer as necessidades na sanita, a falar, a andar...é dar a mão (o braço, a perna...tudo o que for preciso), é correr atrás, é chamar a atenção, desesperar e ralhar como se não houvesse amanhã, é limpar, lavar e tirar nódoas, é passar noites sem dormir (sei que já disse isto, mas são mesmo muitas), é ouvir músicas infantis no carro, ver DVD´s infantis em casa, deitar tarde e acordar cedo, conduzir até á escola, ouvir as queixas da educadora sobre os nossos filhos, sentir a culpa e interrogar-nos onde é que erramos, ir ás reuniões da escola, dar umas palmadas quando se esgota a paciência, e encher-se de culpa logo a seguir durante umas boas horas (ou até esgotar novamente a paciência), é separar os irmãos que brigam, é tropeçar a toda a hora nos brinquedos que ficaram no meio do chão da sala, é discutir com os avós (ou porque não se impõem ou porque dão chocolates a mais), é passar vergonhas com as birras nos supermercados, nos restaurantes, nos parques infantis, nas lojas e por aí fora...é dizer a palavra "não" a toda a hora, mais do que qualquer outra palavra existente no dicionário, é ouvir a palavra "mãe" mais do que o seu nome próprio...
e finalmente...
SER MÃE é, sem qualquer esforço, no meio de tudo isto, dar aos nossos filhos um infinito número de beijos, abraços, atenção e muito carinho, e sentir um amor único, forte e inquebrável, do tamanho do mundo, impossível de ser descrito por palavras, mas sentido a todo o instante das nossas vidas, e mais do que qualquer outro sentimento.